J Transcat Intervent.2019;27:eA201810.

Registro brasileiro de intervenção coronária percutânea em oclusões crônicas

João Paulo Gurgel de Medeiros, Fábio Augusto Pintón, Luiz Fernando Ybarra

DOI: 10.31160/JOTCI2019;27A201810

RESUMO

Introdução

A oclusão coronária crônica está presente em aproximadamente um terço dos pacientes com doença arterial coronária, sendo sua abordagem desafiadora. Resultados da intervenção coronária percutânea nesse cenário no Brasil são escassos. Este estudo teve como objetivo apresentar dados contemporâneos da intervenção coronária percutânea em oclusões coronárias crônicas.

Métodos

Analisamos características clínicas, angiográficas e dos procedimentos de todas as intervenções coronárias em oclusões crônicas da Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares (CENIC) realizadas entre junho de 2006 e março de 2016. Eventos clínicos intra-hospitalares também foram analisados. A fim de analisar tendências temporais, os dados foram divididos por períodos/grupos: 2006-2008 (Grupo 1), 2009-2011 (Grupo 2) e 2012-2016 (Grupo 3).

Resultados

Foram realizados 2.018 procedimentos em oclusões crônicas em 2.009 pacientes. A média de idade foi 60,4±10,8 anos, com aumento do primeiro para o terceiro período (59,6±11,0 e 61,2±10,6 anos, respectivamente; p<0,05), 21,9% eram diabéticos e 62,8% uniarteriais. Houve aumento no uso de stents farmacológicos entre o primeiro e o terceiro períodos (19,4% e 35,7%; p<0,0001). Na análise multivariada, sexo feminino (RC: 13,77; IC95% 1,55-122,39; p=0,01) e uso de inibidores de glicoproteína IIb/IIIa (RC: 32,29; IC95% 6,03-172,75; p<0,0001) foram associados a maior risco de óbito.

Conclusão

Houve incremento temporal no uso de stent farmacológico na abordagem de oclusões crônicas. Ainda, sexo feminino e necessidade de inibidores de glicoproteína IIb/IIIa foram associados a maior risco de óbito.

Registro brasileiro de intervenção coronária percutânea em oclusões crônicas

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